quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O amor romântico...

       

          É lógico que depois de tantas menções ao tal amor romântico, surgiu uma porção de leitores que me acompanham pelo blog, querendo saber mais a respeito.
     E lá fui eu tentar colocar no papel a minha definição sobre o assunto. Mas como escrever sobre algo que a maioria das pessoas (ainda) julga como algo a ser conquistado como motivo de felicidade plena, depositando no outro a responsabilidade pelo seu bem estar? 
      Como tentar explicar algo para aqueles que vivem isso como verdade absoluta? 
Jogar um balde de água fria? 
Ser acusado de frustrado afetivamente?
    Não. Resolvi desenhar. 
    Peço licença para publicar um texto da escritora Regina Navarro Lins, autora daquele tipo de livro que deveria ter sua leitura obrigatória, “O Livro do Amor” ...
    “...Desde muito cedo somos levados a acreditar numa relação amorosa fixa, estável e duradoura como única forma de realização afetiva. Passamos então a vida esperando o momento de encontrar “a pessoa certa”, para, a partir daí, vivermos felizes para sempre. Sonhos e esperanças, por tanto tempo alimentados, desaparecem, dando lugar à desilusão, muito comum, depois de certo tempo.  Por que a vida a dois não corresponde às expectativas nela depositadas?
      A resposta mais provável reside no enorme descompasso entre a expectativa criada e a real possibilidade de satisfazê-la. Alimentados pelo mito do amor romântico, homens e mulheres esperam que as pessoas que se amam se tornem uma só.
   Desistem de seus prazeres e projetos pessoais, se afastam dos amigos, sempre apostando na satisfação mágica de todas as necessidades. Participam sem cerimônia da vida do outro, mas o controle sufocante que daí decorre não é evitado. É aceito como necessário para garantir a complementação total.
     O amor romântico é construído em torno da idealização do amado (?) em vez da realidade. A pessoa inventa o que quer e atribui ao outro características de personalidade que na verdade ele não possui. Mas na convivência diária é impossível manter a idealização. Quando ocorre o desencanto, isto é, quando percebemos que o outro é um ser humano e não a personificação de nossas fantasias, nos ressentimos e geralmente o culpamos. O que ninguém pensa é que somos nós que precisamos modificar as expectativas que alimentamos e as exigências que impomos aos nossos relacionamentos.”
     Lembrem-se: Ninguém pode se tornar algo diferente daquilo que é, muito menos em algo que idealizamos.  Aliás, se analisarmos bem, desde o princípio sabemos quando o outro não corresponde às nossas expectativas. O tempo todo.  Mas ainda assim insistimos em esperar que o outro mude, se transforme em algo que nós idealizamos. #Frustração  
     Já imaginou se alguém nos obrigasse a amá-lo contra a nossa vontade ou apenas da maneira que o outro pensa ser a ideal (?)?
       Sufocar o outro é sufocar a si próprio.
      Pessoalmente aprendi que para amar de verdade, é preciso amar o outro exatamente do jeito que ele é.  Quando nos livramos dessa ideia do amor romântico (e que ele vai ser a solução de todos os meus problemas) nos propomos a conhecer o outro do jeito que ele é, e com o que ELE tem a nos oferecer. A relação fica mais leve, leal e excitante, pois a vontade de descobrir quem o outro é, é mais saudável do que tentar transforma-lo em algo quem eu idealizei (e que não existe).
    Talvez o que nos falte, seja algo que tenhamos a pretensão de já nascer sabendo: Aprender a (se) amar!!!

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