Com essa especie de mantra, a
princesa Atta, da animação Vida de Inseto, tenta
justificar a constante visita de gafanhotos que vêm à sua colônia
retirar o bem mais precioso das formigas, sua reserva de alimentos.
Na vida real as formigas têm nomes.
Os gafanhotos também.
E eles também vêm, comem e vão
embora. Vêm, comem e vão embora. E se eles têm tal atitude é
porque alguém os alimenta, não é mesmo?
Gafanhotos são seres ardilosos, a
fim de tirar vantagem de alguém que julga vulnerável ou buscar algo
que o satisfaça temporariamente, utiliza de métodos que o outro
geralmente busca: beleza, proteção, inteligencia, virilidade,
altruísmo. Sempre de forma a chamar a atenção do outro.
Utilizando desses métodos, para o restante do reino insecta eles
podem parecer verdadeiros líderes, insetos admirados e exemplos a
serem seguidos.
E lá vai a formiga acreditar que o
gafanhoto também se importa com ela, que precisa dela, que vive uma
relação de mutualismo, mesmo sabendo (sim todos sabem), que o único
que tira vantagem dessa situação é o parasita. O gafanhoto.
E o gafanhoto vai e consegue o que
quer. Come e vai embora.
Coitadinha da formiga, vítima do
gafanhoto. Condenada a viver na danação eterna, nesse sofrimento
constante da espera do gafanhoto vir e comer, mesmo sabendo que
depois ele vai embora. Sempre acreditando que dessa vez o gafanhoto
possa ficar.
Não se esqueça de que para os
gafanhotos você é apenas mais uma formiga. Perde a graça, só
lembra do seu formigueiro quando percebe que está perdendo o domínio
sobre você.
E nessa especie de zona umbralina não
se dá conta de que o tempo, por lá, voa.
Não, né formiga? Pára que tá
feio, repetitivo e cansativo. Ninguém aguenta mais esse “mimimi”,
na realidade nem o gafanhoto e nem você aguentam mais . E você
sabe disso.
Ninguém ilude ninguém. São as
pessoas que se deixam levar pelas palavras que os ouvidos (ou o ego)
querem ouvir.
Os únicos culpados somos nós. Ou será
que o outro nos pegou a força e nos obrigou a se envolver pelo seu
jogo de sedução? Ou quem sabe nós, na nossa prepotência, em
algum momento achávamos que inverteríamos os papéis?
Já tentou se ser pela perspectiva
de outra pessoa?
O que diria a você mesmo?
A resposta você já tem. Então
diga.
Em Vida de Inseto, existem
apenas duas formas de se ver livre do gafanhoto. A formiga reconhecer
a própria força e se libertar do gafanhoto, do qual não precisa
para mais nada, ou depender da intervenção do pássaro, único ser
capaz de acabar com o gafanhoto de vez.
Quer um conselho, formiga?
Tente ser pássaro, pois quando um
pássaro aprende a voar, sabe mais sobre coragem que de voo...
Anderson o que me admira é a sutileza com que você trata temas as vezes tão doloridos ou incompreendidos para aqueles que não vivem as situações expostas. Sou teu fã, rapaz. Gostaria muito de te conhecer e trocar umas idéias. Abraço. Roberto
ResponderExcluirDeixa eu ver se entendi. Seriam as formigas aquelas pessoas que se acham frágeis por sofrerem pelas pessoas que só querem se aproveitar delas enquanto interessa? Os gafanhotos?
ResponderExcluirConfesso que dê tanto esperar o tal gafanhoto acabei por me transformar em uma (gafanhoto fêmea?)
ResponderExcluirA medida que esperava pela atenção de alguém que julgava ser o amor da minha vida( mas que só me usava), fazia o mesmo com meu namorado que dê repente era somente alguém que me dava a certeza de ser amada.
Resultado: fiquei sem ninguém!!!
Karina (aquela baixinha, da proposta de casamento)...
ResponderExcluirMe desculpe por não te responder. É que por descuido acabei deletando seu comentário.
Que bom que você gosta do que escrevo, embora não seja algo direcionado a alguém específico, algumas situações não têm como fugir do nosso cotidiano. Afinal só quem se arrisca a viver de verdade é que tem história para contar.
Quanto a proposta de casamento...rs, era brincadeira né?
Obrigado pelo comentário, e sinta-se a vontade para se expor da forma que quiser
Um forte abraço
Anderson
Aí que lindo. Você respondeu!!!
ExcluirTá perdoado por excluir meu comentário.
Também gostaria de ser psicóloga para ter a mesma percepção que você...
Kkkkk...Não sou psicólogo...rs
ExcluirKkkkk...Não sou psicólogo...rs
ExcluirAnderson confesso que me identifiquei com o que escreveu, porém como algoz (ou gafanhoto, como você prefere chamar).
ResponderExcluirComecei a sair com alguém que já vivia um relacionamento estável e me envolvi a ponto de o outro se apaixonar por mim, até chegou a confundi com amor.
Pra mim sempre foi pele, contato físico. O fiz sofrer, balancei a relação dele. Mas sempre que pintava o tesão o procurava, e depois de usá-lo, saia fora.
Foi preciso ler o que você escreveu pra me colocar no meu devido lugar. E acredite, não está sendo fácil!!!
PS.: Posso te add no Facebook?
Abraço