quinta-feira, 19 de maio de 2016

Eles vêm, comem e vão embora. Vêm, comem e vão embora...

       

       Eles vêm, comem e vão embora, vêm comem e vão embora...
    Com essa especie de mantra, a princesa Atta, da animação Vida de Inseto, tenta justificar a constante visita de gafanhotos que vêm à sua colônia retirar o bem mais precioso das formigas, sua reserva de alimentos.
        Na vida real as formigas têm nomes. Os gafanhotos também.
        E eles também vêm, comem e vão embora. Vêm, comem e vão embora. E se eles têm tal atitude é porque alguém os alimenta, não é mesmo?
       Gafanhotos são seres ardilosos, a fim de tirar vantagem de alguém que julga vulnerável ou buscar algo que o satisfaça temporariamente, utiliza de métodos que o outro geralmente busca: beleza, proteção, inteligencia, virilidade, altruísmo. Sempre de forma a chamar a atenção do outro. Utilizando desses métodos, para o restante do reino insecta eles podem parecer verdadeiros líderes, insetos admirados e exemplos a serem seguidos.
      E lá vai a formiga acreditar que o gafanhoto também se importa com ela, que precisa dela, que vive uma relação de mutualismo, mesmo sabendo (sim todos sabem), que o único que tira vantagem dessa situação é o parasita. O gafanhoto.
        E o gafanhoto vai e consegue o que quer. Come e vai embora.
     Coitadinha da formiga, vítima do gafanhoto. Condenada a viver na danação eterna, nesse sofrimento constante da espera do gafanhoto vir e comer, mesmo sabendo que depois ele vai embora. Sempre acreditando que dessa vez o gafanhoto possa ficar.
       Não se esqueça de que para os gafanhotos você é apenas mais uma formiga. Perde a graça, só lembra do seu formigueiro quando percebe que está perdendo o domínio sobre você.
       E nessa especie de zona umbralina não se dá conta de que o tempo, por lá, voa.
Não, né formiga? Pára que tá feio, repetitivo e cansativo. Ninguém aguenta mais esse “mimimi”, na realidade nem o gafanhoto e nem você aguentam mais . E você sabe disso.
     Ninguém ilude ninguém. São as pessoas que se deixam levar pelas palavras que os ouvidos (ou o ego) querem ouvir.
      Os únicos culpados somos nós. Ou será que o outro nos pegou a força e nos obrigou a se envolver pelo seu jogo de sedução? Ou quem sabe nós, na nossa prepotência, em algum momento achávamos que inverteríamos os papéis?
       Já tentou se ser pela perspectiva de outra pessoa?
       O que diria a você mesmo?
       A resposta você já tem. Então diga.
      Em Vida de Inseto, existem apenas duas formas de se ver livre do gafanhoto. A formiga reconhecer a própria força e se libertar do gafanhoto, do qual não precisa para mais nada, ou depender da intervenção do pássaro, único ser capaz de acabar com o gafanhoto de vez.
      Quer um conselho, formiga?
     Tente ser pássaro, pois quando um pássaro aprende a voar, sabe mais sobre coragem que de voo...

8 comentários:

  1. Anderson o que me admira é a sutileza com que você trata temas as vezes tão doloridos ou incompreendidos para aqueles que não vivem as situações expostas. Sou teu fã, rapaz. Gostaria muito de te conhecer e trocar umas idéias. Abraço. Roberto

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  2. Deixa eu ver se entendi. Seriam as formigas aquelas pessoas que se acham frágeis por sofrerem pelas pessoas que só querem se aproveitar delas enquanto interessa? Os gafanhotos?

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  3. Confesso que dê tanto esperar o tal gafanhoto acabei por me transformar em uma (gafanhoto fêmea?)
    A medida que esperava pela atenção de alguém que julgava ser o amor da minha vida( mas que só me usava), fazia o mesmo com meu namorado que dê repente era somente alguém que me dava a certeza de ser amada.
    Resultado: fiquei sem ninguém!!!

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  4. Karina (aquela baixinha, da proposta de casamento)...
    Me desculpe por não te responder. É que por descuido acabei deletando seu comentário.
    Que bom que você gosta do que escrevo, embora não seja algo direcionado a alguém específico, algumas situações não têm como fugir do nosso cotidiano. Afinal só quem se arrisca a viver de verdade é que tem história para contar.
    Quanto a proposta de casamento...rs, era brincadeira né?
    Obrigado pelo comentário, e sinta-se a vontade para se expor da forma que quiser
    Um forte abraço

    Anderson

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    Respostas
    1. Aí que lindo. Você respondeu!!!
      Tá perdoado por excluir meu comentário.
      Também gostaria de ser psicóloga para ter a mesma percepção que você...

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  5. Anderson confesso que me identifiquei com o que escreveu, porém como algoz (ou gafanhoto, como você prefere chamar).
    Comecei a sair com alguém que já vivia um relacionamento estável e me envolvi a ponto de o outro se apaixonar por mim, até chegou a confundi com amor.
    Pra mim sempre foi pele, contato físico. O fiz sofrer, balancei a relação dele. Mas sempre que pintava o tesão o procurava, e depois de usá-lo, saia fora.
    Foi preciso ler o que você escreveu pra me colocar no meu devido lugar. E acredite, não está sendo fácil!!!
    PS.: Posso te add no Facebook?

    Abraço

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