No ultimo sábado, após muito tempo resolvi ir à missa.
A MISSA em questão, como é carinhosamente chamada por seus
frequentadores, é uma das baladas mais tops de São Paulo.
Mesmo após um tempo sem
comparecer à missa, as coisas por lá continuam como sempre foram, dos caras que se acham, brigando pelo
espelho, às garotas inconformadas com tantos homens bonitos, quanto a
necessidade tomar bala ou doce para curtir a balada. Como diria Neide (personagem de Eduardo
Martini na peça I Love Neide)...esse
pessoal tá consumindo muito açúcar...
O que me chamou a atenção é como
o pessoal ainda se preocupa em como será visto.
A começar pelo grupo de amigos que desceram do ônibus duas quadras antes
da balada para pegar um táxi, afinal de contas “chegar na balada de ônibus...nuncaaaa”. Na entrada desceram os três do táxi, algo
como divas num tapete vermelho, enquanto que eu olhando e imaginando “VOCES
TAMBEM ESTAVAM NO PQ. DOM PEDRO/PQ DA LAPA”!!!, mas para eles o que valia era o
que os outros (que não estavam no mesmo ônibus) pensavam...
Ainda na fila (que como sempre
estava imensa), comecei a presenciar um outro que já começavam a usar o doce, a
bala, ou qualquer outro estimulante ali mesmo, nada contra usar qualquer
aditivo, mas me pergunto se é necessário utilizar assim, na frente de todo
mundo. Talvez o mesmo deva pensar que se
drogar na frente dos outros seja algo bacana, estiloso.
Lá dentro continuava tudo igual,
a mesma musica, e principalmente as mesmas pessoas em busca das mesmas coisas, o cara que se mata na academia, sem camisa, a
fim de ser admirado, idolatrado, quando no facebook reclama que foi pra balada
mas não encontrou ninguém bacana, apenas pessoas interessadas no seu
corpo.
Um amigo muito querido e super
paquerado nas redes sociais, também estava por lá, e dos mais de 2000 amigos
que possui no facebook, acabou encontrando nessa noite uns 30 , e quando alguns desses o procuravam, não
queriam saber de conversa, apenas de pegação.
E aquela historia de que são diferentes?
Que estão sozinhas porque ninguém quer nada serio? Aqueles que
conversavam com ele falavam coisas do tipo: “ Não me adaptei muito ao Whey” ou “A
GENTE VAMOS SE dar bem” ou “EU SE mato na academia”, Embora músculos seja
fundamental para muita gente, para um outro pessoal (inclusive eu e meu amigo)
não resolve, a inteligência também excita.
A fim de fazer um teste, esse amigo resolveu
pesquisar com seus amigos solteiros o porque de estarem sozinhos. E TODOS os
que ele encontrou na balada responderam que queriam algo serio enquanto a
maioria das pessoas só queria pegação...
Resultado da noite para ele: volta para casa
sozinho e 30 amigos a menos no facebook.
Tambem estava por lá a patricinha, que bêbada e
descabelada dava seu showzinho privado no meio da pista.
Continuava por lá ainda o calor,
o empurra-empurra e o pessoal molhado de suor esbarrando em você o tempo todo.
Antigamente ficava de olho no
relógio para não chegar atrasado à missa, no ultimo sábado não parava de olhar
no relógio a fim de chegar a hora da atração da noite (a cantora Wanessa, que
alias foi a única coisa que valeu à pena) terminar sua apresentação para que eu
viesse embora para casa.
Em casa, meu chuveiro nunca foi
tão relaxante e minha cama tão aconchegante.
Eu juro que tentei, respeito muito meus amigos que continuam na noite, mas para mim, acho que já deu,
realmente acho que estou ficando velho...ou cansado...
Nenhum comentário:
Postar um comentário