sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Se o outro não quer... o problema é só dele...




Conversava com uma amiga sobre relacionamentos (e o quanto podem ser difíceis), quando ela me revelou uma frustração pessoal.   Seus relacionamentos não duravam muito tempo.  Me revelou ainda que poderia ser por culpa (ou falha) dela.

Porque as pessoas se afastavam? Tais questionamentos foram suficientes para que surgisse um rol “motivos” para não se envolverem ou se afastarem dela.   

O problema é que essa historia não  pertence apenas a minha amiga.  Quantos de nós ao nos relacionarmos, não passamos por tais questionamentos?

A resposta é simples. Sempre criamos expectativas com relação ao outro, temos a grande pretensão de que o outro venha a agir da mesma forma que cada um de nós.  As pessoas são diferentes, principalmente no que diz respeito às relações.  E a partir do momento em que o outro não corresponde às nossas expectativas, pegamos para nós a responsabilidade de concretizar o que o outro deseja.  Explico.  Você conhece alguém, se empolga, se apaixona, e pensa que o outro deve estar sentindo o mesmo. Só que nem sempre o outro sente  (ou se expõe) como você.  É então que você (mais envolvido que o outro), se doa mais, se anula mais, realiza todas as vontades do outro, acreditando que dessa forma ele reconhecerá o que você sente por ele, e assim retribuirá esse amor da mesma maneira.

Posso dizer que sou uma espécie de PhD no assunto. Já levei vários “pés na bunda”, e confesso que no inicio me preocupava demais com os motivos que levavam o outro a me dispensar.  Será que sou feio? Muito moleque? Meu corpo não tá legal?  Sou ruim de cama? Tenho o pau pequeno? Pobre? Não beijo bem? Enfim os motivos eram intermináveis, e sempre me atrapalhavam num possível futuro relacionamento.  Cada vez que conhecia alguém surgiam os medos, e se fulano me achar feio? Que não beijo bem.  Melhor ficar sozinho.  Ou não me envolver tanto, porque de uma hora para outra, vou levar o pé na bunda mesmo.   Pensei assim durante anos.  Até que, após momentos de reflexão aliados a uma melhora na auto-estima, cheguei à conclusão de que o problema não sou eu, o problema é do outro.

Que mania é essa que temos em sempre querer agradar ao outro?  Mesmo que para isso deixemos de lado nossas vontades ou nossa personalidade, acabando transformando em algo que não somos apenas para chamar a atenção do outro. Por que será que sempre assumimos a culpa, principalmente quando o problema é do outro?

A diferença está entre quem você realmente é, e entre quem você (ou os outros) querem que você seja.   Li uma vez que “ninguém pode se tornar diferente daquilo que é”.

Ele não nos conheceu dessa forma?  Não sabia que era assim?  Então porque exigir tal mudança?  As vezes a mudança nem é imposta claramente, mas nas entrelinhas.  E gradativamente nos anuilamos apenas para ser alguém que queiram que sejamos. 

Tem quem me ache horrível, mas já encontrei quem me ache lindo.  Já tive pessoas que só queriam me levar pra cama, outras que queriam casar comigo.  Alguns disseram que meu beijo é melhor que sexo, outras disseram que não sei beijar.  Já que não dá para agradar a todos, vou agradar a mim mesmo.  Afinal  auto-confiança e  auto-estima também despertam o interesse do outro.  E esse interesse do outro surge exatamente por aquilo que somos, e não como gostariam que fôssemos. E se o outro não quer, realmente o problema é só dele...

4 comentários:

  1. falo e disse! concondo !

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  2. Sou sua admiradora, viu? seu jeito de escrever parece muito comigo, e isso que vc relatou acontece em muitos relacionamentos,o problema é pq algumas pessoas procura agradar o "outro" e esquece do "eu".

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    1. Autruismo é um saco...rs
      Sempre estamos mais preocupados em agradar ao outro, quando na mairia das vezes o outro pouco se importa conosco. Talvez o outro esteja certo, ser egoista de vez em quando pode ser proveitoso.

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