Conversava com
uma amiga sobre relacionamentos (e o quanto podem ser difíceis), quando ela me
revelou uma frustração pessoal. Seus
relacionamentos não duravam muito tempo.
Me revelou ainda que poderia ser por culpa (ou falha) dela.
Porque as
pessoas se afastavam? Tais questionamentos foram suficientes para que surgisse
um rol “motivos” para não se envolverem ou se afastarem dela.
O problema é
que essa historia não pertence apenas a
minha amiga. Quantos de nós ao nos
relacionarmos, não passamos por tais questionamentos?
A resposta é
simples. Sempre criamos expectativas com relação ao outro, temos a grande pretensão
de que o outro venha a agir da mesma forma que cada um de nós. As pessoas são diferentes, principalmente no
que diz respeito às relações. E a partir
do momento em que o outro não corresponde às nossas expectativas, pegamos para
nós a responsabilidade de concretizar o que o outro deseja. Explico.
Você conhece alguém, se empolga, se apaixona, e pensa que o outro deve
estar sentindo o mesmo. Só que nem sempre o outro sente (ou se expõe) como você. É então que você (mais envolvido que o
outro), se doa mais, se anula mais, realiza todas as vontades do outro,
acreditando que dessa forma ele reconhecerá o que você sente por ele, e assim
retribuirá esse amor da mesma maneira.
Posso dizer
que sou uma espécie de PhD no assunto. Já levei vários “pés na bunda”, e
confesso que no inicio me preocupava demais com os motivos que levavam o outro
a me dispensar. Será que sou feio? Muito
moleque? Meu corpo não tá legal? Sou
ruim de cama? Tenho o pau pequeno? Pobre? Não beijo bem? Enfim os motivos eram
intermináveis, e sempre me atrapalhavam num possível futuro
relacionamento. Cada vez que conhecia alguém
surgiam os medos, e se fulano me achar feio? Que não beijo bem. Melhor ficar sozinho. Ou não me envolver tanto, porque de uma hora
para outra, vou levar o pé na bunda mesmo.
Pensei assim durante anos. Até
que, após momentos de reflexão aliados a uma melhora na auto-estima, cheguei à
conclusão de que o problema não sou eu, o problema é do outro.
Que mania é
essa que temos em sempre querer agradar ao outro? Mesmo que para isso deixemos de lado nossas vontades
ou nossa personalidade, acabando transformando em algo que não somos apenas
para chamar a atenção do outro. Por que será que sempre assumimos a culpa,
principalmente quando o problema é do outro?
A diferença
está entre quem você realmente é, e entre quem você (ou os outros) querem que você
seja. Li uma vez que “ninguém pode se
tornar diferente daquilo que é”.
Ele não nos
conheceu dessa forma? Não sabia que era
assim? Então porque exigir tal
mudança? As vezes a mudança nem é
imposta claramente, mas nas entrelinhas.
E gradativamente nos anuilamos apenas para ser alguém que queiram que
sejamos.
Tem quem me
ache horrível, mas já encontrei quem me ache lindo. Já tive pessoas que só queriam me levar pra
cama, outras que queriam casar comigo.
Alguns disseram que meu beijo é melhor que sexo, outras disseram que não
sei beijar. Já que não dá para agradar a
todos, vou agradar a mim mesmo. Afinal auto-confiança e auto-estima também despertam o interesse do
outro. E esse interesse do outro surge
exatamente por aquilo que somos, e não como gostariam que fôssemos. E se o
outro não quer, realmente o problema é só dele...
falo e disse! concondo !
ResponderExcluirconcordo plenamente com vc..
ResponderExcluirSou sua admiradora, viu? seu jeito de escrever parece muito comigo, e isso que vc relatou acontece em muitos relacionamentos,o problema é pq algumas pessoas procura agradar o "outro" e esquece do "eu".
ResponderExcluirAutruismo é um saco...rs
ExcluirSempre estamos mais preocupados em agradar ao outro, quando na mairia das vezes o outro pouco se importa conosco. Talvez o outro esteja certo, ser egoista de vez em quando pode ser proveitoso.