domingo, 30 de setembro de 2012

O processo da perda...




Com a morte da apresentadora Hebe Camargo e toda a comoção que tal perda causou (inclusive a mim), comecei a questionar o (não) hábito de lidarmos com as perdas.

A apresentadora, assim como outras personalidades, parecia  algum ser Elemental, alguma imagem criada pela TV, algo irreal, talvez venha daí a impressão de que tais personalidades durariam para sempre.  Ou quase.

Mas... e nosso dia-a-dia, no mundo real em que criamos relações diariamente, como lidarmos com tais perdas?

Deixando de lado as perdas repentinas, (onde pessoas são levadas por acidentes, infartos, etc,) as demais são como perdas anunciadas.

                Não tem como não lembrar a perda do meu pai, quando após dias em coma ele acordou, completamente imóvel, pedindo pelo “amor de Deus” para abreviarmos o sofrimento dele. A recuperação era praticamente impossível, ainda assim, alguns familiares insistiam pela sobrevivência dele, mesmo que para isso vegetasse para sempre.

                Não repreendo esses familiares por pensarem dessa forma, mas ao invés de pedir o prolongamento de sua vida em condições completamente dependentes do outros (algo que ele abominava), comecei a pedir para que ele vivesse (o que lhe restava) sem sofrimentos, da forma mais digna possivel, independente da alta ou do óbito. 

                Talvez tal comportamento foi o que me fortaleceu tanto no momento da perda, ao contrario de quem o esperava cheio de vida.

                E os relacionamentos então?  Está na cara quando algo não vai bem.  O comportamento sempre reflete o sentimento do outro.  O outro fica diferente, ausente, se afasta, e você insistindo em algo que por mais que você não queira, sabe que está perdido.

E quando são anunciadas porque insistimos em não encarar de frente o processo da perda?

                Por medo? Medo do quê se realmente já está perdido?  Medo de ficar sozinho?  Esse medo acaba nos impedindo de viver o tempo que nos resta ao lado de quem amamos.

Não tem jeito, mais cedo ou mais tarde teremos de aprender a andar sozinhos.  Não adianta, ninguém vive para sempre. É melhor aproveitarmos o convívio com o outro AGORA, pois esse agora pode durar anos, décadas ou segundos, dependerá apenas da intensidade de como iremos vive-lo...

2 comentários:

  1. Adorei Teu ponto de vista, opiniões e convicções.
    Meus Sinceros Parabéns. Gostei Verdadeiramente.
    Conquistou + 1 seguidor e também um Fã, rsrs...

    Abração:
    www.facebook.com/vanderson.vinicius

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