...essa frase (um tanto filosófica) foi mencionada pelo apresentador (e filósofo nas horas vagas) Pedro Bial, em seu programa na ultima quinta-feira.
O programa discutia as relações homoafetivas e como a sociedade as encarava. Confesso que a frase foi o que mais me chamou atenção. Talvez pelo fato dela resumir tudo o que foi discutido.
O “ser alguém” me pareceu algo
como o “Maria vai com as outras”, ou ser apenas mais um na contagem do IBGE, aquele
que não tem opinião própria, vive à
margem das regras em que a sociedade impõe e que por mais que tenha vontade de
se manifestar, de fazer a diferença, prefere ficar no comodismo à ir contra
aquilo que é o chamado “politicamente correto”.
Realmente deve ser muito fácil,
ou cômodo, ser apenas “alguém”. Basta você
ser aquilo que todos querem que você seja, mesmo que para isso você precise se
esconder dentro de uma redoma (geralmente
dentro das 4 paredes da sua casa), o que importa é a imagem que você vai passar
para a sociedade. Todos conhecemos alguém
que diz não gostar de, sei lá... funk (apenas um exemplo), e que na festa de
final de ano da empresa, desce até o chão, ou então aquele cara culto que não
gosta de TV, mas que de repente discute com outro por discordar da eliminação
do artista favorito no programa ”A fazenda”. E quando questionado diz: “Não assisto,
estava apenas mudando de canal e parei para dar uma olhada...”
Ser “quem a gente é” realmente é
muito difícil, nem tanto em assumir a diferença pois somos todos uns diferentes
dos outros, mas assumir que se tem defeitos, que esses defeitos podem
comprometer as nossas relações com o outro e ainda por cima lutar contra esses
defeitos, é muito difícil. É comum
depois de certo tempo convivendo com alguém, falarem para você: “Eu te achava
tão metido antes de te conhecer” ou “Eu te achava uma Patricinha...”. Será que não tá na hora de assumir que você pode
ser um cara metido, mas legal, ou uma Patricinha gente boa. Porque não adianta, quanto mais fugimos dos
nossos defeitos, mais eles aparecem.
O programa deixou claro que
embora pareça ser mais difícil ser “quem a gente é”, a partir do momento que
assumimos tal postura, pouco importa o que os outros irão pensar a nosso
respeito, ou seja, eu sou isso e gosto disso, você é aquilo e gosta daquilo,
simples assim. As pessoas que se assumem
são mais felizes não ficam com medo de que de uma hora para outra a mascara
caia.
Já ouviu falar na chamada “Síndrome
de Gabriela? ( eu nasci assim, eu vivi assim, vou ser sempre assim...)? Então...“Ser alguém” é muito chato, rotineiro. Ser “quem a gente é” é aventureiro, nos
fortalece. “Ser que a gente é”, empolga
o outro. É comum se ouvir por aí frases
do tipo: “Queria ser igual a fulano...” ou “Eu admiro fulano por que ele faz
isso ou aquilo...”
Eu sugiro um exercício. Comece aos poucos, sozinho, dentro do seu
quarto, com as portas fechadas, faça uma longa reflexão e assuma inicialmente
para você apenas um dos seus defeitos, procure trabalhar o mesmo, afinal de
contas defeito todo o mundo tem, e se cada um cuidasse dos seus, estaríamos vivendo
num mundo bem melhor...
Olá, concordo com praticamente tudo o que vc escreve, me tornei um grande admirador.
ResponderExcluirAbraço