Esse é o argumento mais utilizado nos pedidos de desculpas depois de perdermos a razão durante uma crise de ciúmes. Será que é realmente medo da perda, ou insegurança? Não sei o que é pior.
O medo de
perder alguém pode estar diretamente relacionado à dependência que criamos com
relação ao próximo, o “não saber viver sem o outro”. Isso geralmente acontece durante as primeiras
paixões, os primeiros romances, aqueles que achamos que serão “para sempre”,
talvez por isso a sensação de que se perder o outro, você morre. Exagero. Deixando de lado os crimes
passionais, depressões ou suicídios, não conheço ninguém que tenha morrido após
levar um pé na bunda.
Que mania
é essa de as pessoas, ao estabelecerem relações sinceras, esquecerem que têm
vida própria? Que embora estejam numa relação a dois, é necessário que cada um
mantenha a sua individualidade? Sua vida comum?
Quando percebemos que só saímos se for com o(a) namorado(a), que só
estamos bem se estivermos juntos, e que a vida só passa a ter graça se o outro
estiver por perto, é melhor procurar ajuda, isso não é amor, é posse. Achamos que o outro também deve agir da mesma
forma, e, quando isso não acontece, entra em campo a nossa (no caso maldita)
criatividade. Pronto, porta aberta para
as crises de ciúmes. Se você liga no
celular e o(a) outro(a) não atende, você já fica desconfiado, não importa se o(a)
outro(a) pode estar numa reunião de trabalho, no medico, ou ainda no banheiro,
não interessa, deveria ter te atendido.
E você liga uma, duas, quantas vezes forem necessárias até o(a) outro(a)
atender, para ouvir você questionar (geralmente gritando) o porquê de não
atender ao telefone. E não adianta, por
mais que o motivo seja lógico, você sempre irá desconfiar, achará que tem
caroço nesse angú. Isso sem falar em
Facebook, MSN e afins...
Por esse
medo da perda achamos que o outro não tem direito de ter amigos, estudar,
malhar, ter vida própria, da mesma forma que vivemos para ele, queremos que ele
viva para nós. O outro também não tem o
menor direito de ficar mal-humorado, TPM, etc,
porquê caso o outro não responda ao seu “bom dia”, você já entra em
crise: “Tá diferente porquê?” , “Eu fiz alguma coisa?”, “Amor, fala comigo”. (Olha a imaginação novamente!!!)
Lá vai você
ligar para dar “bom dia”, pra saber se almoçou, “só pra dizer oi”, só para
dizer que “gosto de você”, de 15 em 15 minutos, na realidade só para observar o
que o outro tem de diferente.
Chegamos
ao ponto de ir contra as regras de respeito ao próximo, quando o outro vai ao
banheiro (por exemplo), não sabemos como, mas numa velocidade impressionante
conseguimos fuçar todo o celular, ligações, mensagens, etc. Caso o celular tenha senha, já era, é a prova
de que está escondendo algo. Ou alguém.
É ai que eu pergunto. Que medo é esse? Medo da perda? Medo de perder o(a) outro(a) ou a neurose que criamos com relação ele(a). Da mesma forma que podemos gostar somente do outro, o outro também pode nos amar com a mesma intensidade, só que sem toda essa loucura. Quem disse que ciúmes é prova de amor? E quem disse que para ter ciúmes é preciso ser louco? Passional?
Acho
melhor e mais fácil viver a relação baseada em respeito, companheirismo, carinho
e lealdade, viver a relação preocupado com o que o outro pode estar fazendo é
muito desgastante, para ambos. Não é fácil
deixar o ciúmes de lado. O medo da perda
existe sim, mas de perder algo concreto e não o que imaginamos. Se por acaso a separação acontecer, ficará na
lembrança somente bons momentos, e não barracos, brigas e discussões.
As pessoas não são obrigadas a ficarem umas com as outras, o outro não está com voce por obrigação, ele deve gostar de voce, e se voce não confia tanto nele, tambem tem todo o direito de sair fora. Simples assim.
Prova de
amor é o próprio amor, e não prender o outro.
Geralmente quem se sente muito preso quer liberdade, e quando não
estamos prontos a oferecer essa liberdade, sempre terá alguém capaz de
oferecer, quem mostra o caminho somos nós...os neuróticos e inseguros.
Muitas vezes nos colocamos numa situação de dependencia de outrém...
ResponderExcluirCoisa que não é nada saudável.