É comum ouvir-se por aí, “jamais perdoarei fulano por tal coisa...” ou “quem perdoa é Deus...” ou ainda “Eu perdoei, do fundo do coração, mas que não olhe na minha cara nunca mais...”. Não estou aqui para me fazer de advogado do diabo. Mas quantas vezes não fomos (ou somos) dignos do mesmo perdão? Quantas vezes em nossa vida magoamos o outro a ponto dele nutrir um ódio incontrolável por nós?
Esse é o grande problema, às vezes
pegamos pesado com relação ao outro, o atingimos a fundo, causando uma mágoa tão
grande que pode se transformar em “ódio mortal”, e depois
ainda temos a cara de pau de se perguntar: “Mas o que foi que fiz pra ele?
Porque me odeia tanto?” E você já prestou
atenção na fisionomia de quem odeia? Basta
se olhar no espelho. Temos a pretensão
de achar que somos sempre o bonzinho da história o que não faz e não deseja mal
a ninguém.
Talvez só passemos a deixar de
fazer o mal a alguém a partir do momento que estamos sujeitos a isso. É a filosofia do sempre se colocar no lugar
do outro. Mas é muito difícil, numa
sociedade onde somos o tempo todo seduzidos a olhar para o próprio umbigo, de
vez em quando caímos nas armadilhas da vaidade, deixando de lado nossa
preocupação de como nossas atitudes irão interferir na vida do outro.
Alguns pensam que quando isso
acontece, não tem jeito, a merda está feita. Não se pode fazer nada.
Lá no fundo da nossa intimidade, por mais que não demonstremos, sabemos
que estamos errados, sabemos que nossas más atitudes causaram o sofrimento de alguém,
que te odeia por motivos que você mesmo deu a ele.
Esse sentimento tem nome. Culpa.
E a culpa é um sentimento pesado demais, extremamente pessoal, só a carrega quem é dono dela, não dá para
dividir com ninguém. Por mais que se
tente joga-la no outro, sabemos que somo os únicos responsáveis por ela.
Todos concordam que a sensação de
odiar alguém, não conseguir nem olhar na cara do outro é terrível. Agora imagine saber que existe alguém que age
da mesma forma com relação a você, que alguém te odeia, que não consegue olhar
na sua cara, que toda vez que te olha te deseja o mal. Se alguém faz isso “de graça”, sem motivos, o
problema é só dele, mas se o responsável por todo esse ódio é você, está na hora de rever
seus conceitos, e tomar alguma atitude.
Crescemos com a pretensão de
sermos justos, inteligentes, de sermos os donos da razão, de estarmos sempre
certos. Pedir desculpas, ou perdão, é
reconhecer que estamos errados, que a razão é do outro. O perdão, quando é sincero,
liberta, desarma os corações cheios de
mágoa.
Pedir perdão a quem magoamos é
extremamente difícil. Tem que se
exercitar. Parar com aquele orgulho idiota
de “se o outro quiser, que venha me procurar para conversar”. De vez em quando é preciso tomar as rédeas da
situação, ninguém é mais fraco por reconhecer seu erro.
Caso você não consiga pedir perdão
ao outro pessoalmente, não tem importância, comece aos poucos, mande um e-mail,
um sms, ligue, post um recado no facebook.
Exercite o perdão. Só quem já perdoou sabe como é bom ter o coração
tranquilo. O irônico é que em alguns casos você nem lembra o motivo pelo qual
não fala mais com o outro. E não
adianta, durante a vida você irá encontrar muitas pessoas que te magoarão e/ou
que você magoará também; acho melhor já começar a praticar o perdão, ou então,
é se preparar para odiar, e ser odiado...
P.S.: Prometi que não citaria
nenhum nome, no entanto, eu aproveito o espaço para pedir ( do fundo do meu
coração) perdão à toda e qualquer pessoa (amigos, ou não) que eu tenha magoado
( e eu tenho certeza que já magoei algumas pessoas, e vocês sabem quem são ), eu me arrependo de toda e qualquer palavra
que eu tenha dito ou ação que eu tenha realizado que por ventura tenha magoado
qualquer um de vocês. Pronto, falei...
Li todo o seu comentário, e sinceramente não tenho nada á discordar. No entanto a minha curiosidade é de onde foi tirada a frase QUEM PERDOA É DEUS. pelas palavras do cristo interpretadas na BÍBLIA ele responde que se deve sim perdoar um irmão e ainda recomenda setenta vezes sete ( infinitas vezes ). -------------------- Benedito B. Scarpellini.
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