quarta-feira, 10 de abril de 2019

Mentira...



       Tem gente que mente.  Tem gente cuja vida é tão mentirosa, que não consegue mais lidar com a verdade.
       A gente  mente por orgulho.
       Mente para tentar fugir daquela realidade que não consegue encarar.
       Mente por compulsão.
       Mente por medo.
       Mente por "Instinto de sobrevivência".
       Mente para se proteger.
       Mente por insegurança.  Ou para se sentir seguro.
       Mente por carência.
       Mente por orgulho.
       Mente por vingança.
       Mente por vício.
       Mente por vaidade.
       Mente por maldade.

       O que não faltam são desculpas para justificar a mentira, cada um escolhe o motivo para se sentir mais confortável em mentir.

       A gente começa a mentir como tentativa de mascarar a verdade de algo que não nos agrada.
      Só mentimos porque conhecemos a verdade.  E a verdade, algumas vezes pode ser dolorosa, né? E por não conseguirmos lidar com ela, transformamos uma mentirinha numa  verdadeira bola de neve a ponto de passarmos a acreditar naquilo que criamos.
        A mentira nos torna completo idiotas.  Quem está acostumado com a verdade sempre sabe quem está mentindo.  A verdade também é um exercício.  Em cada grupo sempre há aquele que é conhecido por exagerar nas mentiras.  Aquele que se isola nas histórias que inventa e se torna chacota para os demais.  
       O mentiroso tem a pretensão de acreditar ser o mais inteligente a ponto de subestimar a inteligência alheia.  
        A mentira não sobrevive fora da mente de quem a cria,  pertence apenas ao mentiroso.  Os outros sempre se livram dessa mentira, seja através do afastamento do mentiroso ou jamais acreditando em qualquer coisa que ele diga, mesmo quando resolver falar a verdade.  
      A verdade (ou a mentira) reflete o caráter da pessoa.  Nos apaixonamos por quem diz a verdade e nos afastamos de quem mente.  É bem mais fácil conviver com quem sempre diz a verdade, do que com aquele que mente.
      E não existe essa história de mentirinha.  É tudo mentira, não importa a dimensão.  é sempre mentira.

      A verdade é libertadora.  A mentira aprisiona. 

      Fica preso quem quer....




quinta-feira, 4 de abril de 2019

SOS...





     Eu já quebrei a cara tantas vezes, muitas vezes, e a cada vez que isso acontecia aparecia alguém com julgamentos disfarçados de ajuda. Na maioria das vezes, o interesse não era a oferta de ajuda, mas me mostrar agir da mesma forma que eles, do jeito deles ou de acordo com o ponto de vista do qual cada um achava melhor para si, a ponto de que o outro fizesse o mesmo. A grande maioria não se preocupava em saber o quanto eu estava bem, ou não, ninguém me perguntava, queriam que eu me tornasse mais um deles.

    Quando surgiam as poucas exceções dispostas a nos ajudar (de verdade), eu (me)sabotava, expulsando com minha prepotência disfarçada de autocontrole sobre a minha própria vida.

       Parafraseando Renato Russo, “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”, e como a gente esconde nossos defeitos, não é mesmo? Pior que esconder os defeitos debaixo do tapete da nossa arrogância é acreditar que ninguém mais os enxerga. A gente só exterioriza aquilo que tem por dentro.

     Admitir a necessidade de ajuda seria como assumir publicamente nossas falhas, fraquezas, preconceitos e sentimentos que até então acreditávamos ser os únicos conhecedores, o reflexo do nosso espelho inferior pode ser bem mais distorcido que aquele que encaramos quando nos sentimos feios, aí é só arrumar a aparência e tá tudo certo!

    A fuga, aparentemente, é sempre mais fácil. A negação, a válvula de escape, a necessidade de provar ao mundo que todos estão errados e que esse é o jeito certo de seguir a MINHA VIDA, se torna cada vez mais gritante, a ponto do outro negar ajuda quando percebermos que realmente estamos necessitando.

     Ouvir quem te ama, só não é mais fácil do que perdê-los. E depois que perdemos quem realmente nos ama, o próximo passo pode ser o último.... perder a si próprio.


domingo, 24 de março de 2019

Peça apenas aquilo que te faz melhor, e não o que te faz bem...



Eu quero.  Eu preciso.  Eu mereço.

Eu quero.  Eu preciso.  Eu mereço.

Eu quero.  Eu preciso.  Eu mereço.


Não é mantra.  É apego.    


Eu, Eu, EU, EU e EU... Sempre o “Eu”.


Primeiramente devemos entender, de uma vez por todas, que essa história de EU, sozinho, não existe.  Eu não consigo nada sozinho.  Por mais que queira, precise ou mereça, sempre vai depender do outro. 

Se aquilo que queremos depende apenas de nós mesmos, é correr atrás para que aconteça, ficar parado esperando não irá resolver nada.  Se o que queremos depende do outro, é melhor refletir um pouco mais sobre o assunto pois pode ser que o outro não queira o mesmo.  E como diz o ditado, quando um não quer, dois não brigam. Troque o “Eu quero” por “Eu entendo.
  Quanto ao “Eu preciso”... Tirado as necessidades básicas como comer, dormir, se alimentar, emprego, moradia, etc. O resto pode ser supérfluo. Ninguém realmente precisa de um vestido, quando no armário tem ao menos uma dezena.  O que você precisa é aprender a valorizar aquilo que você tem.  Se vivemos até agora sem algo que não fez a menor diferença na nossa vida, porque faria agora? Troque o “Eu preciso” por “Eu agradeço”.

                Merecimento e reconhecimento são coisas distintas.  Acreditar que merecemos somente coisas boas nos acontecendo quando não fizemos o mínimo esforço para alcança-las é apenas orgulho ferido, vaidade.  Já imaginou se recebêssemos tudo o que merecemos de acordo com aquilo que plantamos?   Ou será fazemos o nosso melhor esperando recompensas? 

Tudo. Tudo. Tudo o que tiver que acontecer na nossa vida, só vira quando e se tiver que vir.  E sem vir é porque tem um propósito que só entenderemos no momento certo em que tiver que acontecer.  Se não acontecer, agradeça.  Não é tragédia. É livramento.


Que possamos aprender a esperar.

Será que eu quero?
Será que eu preciso?
Será que eu mereço ?


Segue o mantra...


Eu entendo.  Eu realizo. Eu agradeço.

Eu entendo.  Eu realizo. Eu agradeço.

Eu entendo.  Eu realizo. Eu agradeço.



quinta-feira, 21 de março de 2019

Isso não é amor. É raiva...


    Como é que se ama alguém, fazendo-o infeliz?
   Que sentimento é esse capaz de tornar a vida do outro um inferno a fim de que ele corresponda apenas às minhas expectativas, muitas vezes criadas a partir de um desejo em satisfazer o próprio ego?
   Que direito eu tenho de exigir que o outro viva de acordo com aquilo que EU quero ou que EU acho certo?
    Que direito tenho eu de achar o que é melhor para o outro, quando não sei nem o que é o melhor para mim? Seria talvez uma necessidade de me sentir no controle da situação de outra pessoa a fim de (tentar) manter o equilibrio da minha própria vida?
   Aquela história do “se não for comigo, não será com ninguém”, ou “será que ele não percebe o quanto eu amo, e que sei o que é melhor para ele?”, é apenas mais um disfarce para a nossa incapacidade em amar de verdade, começando por si próprio?
  Isso não é amor. É raiva. Você não o ama. Quer apenas alguém para satisfazer as SUAS necessidades. E tem raiva de tudo que seja contrario a isso. Tem raiva de que o outro não siga as SUAS instruções, não use a roupa que VOCÊ quer, não frequente os lugares quando, com quem e se VOCÊ quiser. Raiva em ser traído. Raiva em ser esquecido. Raiva em ser substituído. Raiva em saber que o outro se quer possa sobreviver sem você.
    Quem tem raiva não consegue amar. Quem tem raiva não está nem disposto nem preparado para amar. A gente exterioriza somente aquilo que nos preenche por dentro.
  Quando ficamos com raiva (nos)maltratamos, afastamos aqueles que nos querem bem, nos isolamos do mundo, ficamos sozinhos. Somente nós somos capazes de afastar (ou não) as pessoas. E sem aquele história de que “fodam-se os outros”, a gente sempre precisa de alguém.
   Seria ótimo se a solidão nos servisse para aprendermos a cultivar o hábito da auto-crítica, de analisarmos o que estamos fazendo conosco e de que forma isso afeta o meio e as pessoas com quem vivemos, pois elas só se ficam por perto até permitirmos. Ou não...

raiva
substantivo feminino
1. acesso de fúria; cólera, ira.
2. sentimento de irritação, agressividade, rancor e/ou frustração.

3. aversão, horror, ojeriza, repulsão.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Cada um tem a sua própria cor. E tá tudo certo....







RESPEITO
Do latim respectus (atenção). Ato ou efeito de respeitar (-se). Estima, admiração por alguém ou algo. Modo pelo qual se encara uma questão ou ponto de vista.

    É preciso que entendamos que, quando Deus (Também vale para os ateus, ok?) nos recomendou que amássemos ao outro como a nós mesmos, não tinha nada a ver com aquele amor incondicional que sentimos por alguém mais próximo. Ele estava falando sobre respeito, em harmonia, em empatia.
Mas como vou respeitar o outro quando não sei o que isso significa, a ponto de não respeitar a mim mesmo e aqueles que amo?

    A cultura do desrespeito está intrinsecamente ligada à falsa ideia de superioridade que temos em relação ao outro. Ou seja, possuo falhas, as conheço, sei das minhas fragilidades, mas para disfarça-las tento transforma-las em virtudes a fim de poder me sobressair àqueles que possuem opiniões diferentes às minhas.

   “Eu estou certo, sei o que é certo. Quem pensa igual a mim, será bem vindo. Quem pensa diferente, está errado e eu quero é distância!”

    Tá errado né?

   Engana-se quem pensa que não precisa de ninguém. A gente precisa do outro para tudo, se não precisássemos estaríamos vivendo cada um isolado no seu próprio planeta. Não podemos esquecer que do ponto de vista do outro também podemos estar errados. Você tenta convencer (as vezes até agressivamente) de que o outro está errado, mas quando o outro tenta fazer o mesmo você não aceita.

    Você gosta de azul e o outro de amarelo? Já parou para pensar na infinidade de tons de azuis e amarelos existentes? E que misturando os dois, criaremos uma outra infinidade de tons de verde?

    Estamos nos isolando nas nossas caixas de lápis de cor única, sem conseguir desenhar ou colorir nada, estamos ficando cada vez mais cinza a medida em que jogamos a culpa no outro por aquilo que não pintamos.  

    A gente só aprende a (se)amar quando aprende a (se)respeitar. Conhecer a si próprio, assumindo suas falhas e utilizando de nossas virtudes a fim de combater aquilo que faz mal a si é o primeiro passo para vivermos com e para o outro.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Alimentamos a vaidade à medida em que destruímos nossa auto-estima.



        Desejo: do latim desedium. Aspiração; vontade de ter ou obter algo; Cobiça; excesso de vontade por bens, posses; Impulso pelo prazer através de relações sexuais; Ansiedade provocada durante a gravidez; Ação ou efeito de desejar; de querer; possuir vontade.
       Entre as traduções consta como preguiça, indolência ou inércia. Aquela história de superestimar algo que você quer sem realmente precisar para sobreviver, afinal de contas você tem vivido por quanto tempo trocando um desejo (realizado ou não) por outro?
      Tudo é energia. O que nos move é sempre aquilo que nos rodeia, aquilo que atraímos por meio das nossas atitudes, desejos ou sentimentos.
       Nem sempre o que nos é destinado consegue chegar até nós devido à redoma que criamos ao nosso redor, e não adianta reclamar. Tem que mudar.
       Atraímos o desejo à medida em que afastamos o que necessário.
       Alimentamos a vaidade à medida em que destruímos nossa auto-estima.
       Afastamos o que realmente importa enquanto aproximamos o que nos infla o ego.
      Somos os únicos responsáveis em afastar o bem que insiste em nos mostrar o caminho a seguir.        
      Fraco é quem não admite a ajuda de quem realmente (ainda) se importa.  Temos o dom de afastar quem nos ama, quando esses tentam nos ajudar mostrando a verdade (que na maioria das vezes não nos agrada).
      No fundo sempre sabemos o que nos arrasta para baixo, mas do alto do nosso orgulho, deixamos de admitir que estamos errando preferindo afastar o que nos estende a mão, atraindo dessa forma a quem nos arrasta cada vez mais fundo para o abismo da nossa vaidade. E lá ficamos estacionados reclamando por não ter oportunidades sair dali, mesmo que a porta esteja sempre aberta. O que nos resta é coagem para deixar o que nos alimenta nosso ego para trás. 
       Às vezes precisamos do jejum daquilo que nos preenche, mas que infelizmente não alimenta...

Em tempo:

Significado de Vaidade

     Substantivo feminino.  Do latim vanitas.atis.
     1 . Característica daquilo que é vão; que não possui conteúdo e se baseia numa aparência falsa, mentirosa.
     2. Excesso de valor dado à própria aparência, aos atributos físicos ou intelectuais, caracterizado pela esperança de reconhecimento e/ou admiração de outras pessoas: demonstra excesso de vaidade ao falar; decidiu fazer caridade por vaidade pura.
    3. Auto-crítica ou opinião envaidecida que alguém possui sobre si mesmo: sua vaidade sempre está acima de tudo!
   4. Ideia exageradamente positiva que alguém faz de si próprio; presunção, fatuidade, gabo: não teria a vaidade de intitular-se sábio.
   5. Algo sem significado; futilidade: ele é composto por inúmeras vaidades.



NÃO CONFUNDIR VAIDADE COM AUTO-ESTIMA OU AMOR PRÓPRIO....















segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Dezembro...


   


   E aí chegou dezembro. O mês em que eu mergulho de cabeça nas emoções geradas por uma crise existencial que sempre acompanha meu aniversário e as festas de fim de ano.
    Não sei lidar com o outro, nem ao menos comigo mesmo.
    É o mês da introspecção. Onde todas as emoções afloram. Onde os corais natalinos se tornam uma desculpa para o choro acumulado, ou a falsa caridade de alguns trazem embalados junto aos pacotes de presentes, a raiva daqueles que não conseguem viver longe da hipocrisia e do falso altruísmo natalino.
    É o mês onde apenas Clarice, Caio e Bukowski me entendem ou refletem o que estou vivendo no momento.
    É o mês onde grito absurdamente por ajuda, mas talvez pelo fato do grito ser silencioso, ninguém me ouve, me forçando a retirar mais uma vez do armário a máscara do “tá tudo bem”. Não, não está. E talvez eu não queira falar sobre, ou ouvir coisas do tipo “vai ficar tudo bem”, "é frescura" ou “ você não tem motivos para isso”. Não, o outro nem sempre sabe ouvir sem sequer apontar ou julgar.
   É o mês onde não quero responder: “Está tudo bem”, mesmo quando sabem que não estou e não quero, ou não preciso, dizer o motivo. Apenas me abrace por eu não estar bem.
   É o mês em que a bateria está na sua carga mínima esperando que alguém a troque, porque nem sempre consigo recarrega-la sozinho.
   É o mês em que nem sempre as congratulações pelo aniversário, Natal ou Ano Novo, me convencem, onde todos aqueles elogios pela pessoa que eu sou, veem carregados de uma responsabilidade ainda maior em corresponder a expectativa do outro em relação a mim.
   É o mês em que não faço balanço do ano que passou, pois tudo o que aconteceu foi para o meu crescimento.
    O mês em que não faço planos para o futuro, pois a frustração só aparece para aqueles que criam expectativas.
   É o mês onde uma mensagem não respondida, pode soar como indiferença.
  Onde qualquer mentira, mesmo quando insistam, ou sabemos que é verdade, me agride a ponto de desacreditar cada vez mais nas pessoas.
   Onde fico triste por subestimarem a minha inteligência, a minha humanidade ou a minha admiração.
  Onde a ausência se faz presente mesmo num ambiente cheio de gente, cercado por “coisas boas”.
  Onde aflora a necessidade de me sentir amado. E sentir é completamente diferente de ouvir que se é.


Mentira...

       Tem gente que mente.  Tem gente cuja vida é tão mentirosa, que não consegue mais lidar com a verdade.        A gente  mente po...