Eu já quebrei a cara tantas vezes,
muitas vezes, e a cada vez que isso acontecia aparecia alguém com
julgamentos disfarçados de ajuda. Na maioria das vezes, o interesse
não era a oferta de ajuda, mas me mostrar agir da mesma forma que
eles, do jeito deles ou de acordo com o ponto de vista do qual cada
um achava melhor para si, a ponto de que o outro fizesse o mesmo. A
grande maioria não se preocupava em saber o quanto eu estava bem, ou
não, ninguém me perguntava, queriam que eu me tornasse mais um
deles.
Quando
surgiam as poucas exceções dispostas a nos ajudar (de verdade), eu
(me)sabotava, expulsando com minha prepotência disfarçada de
autocontrole sobre a minha própria vida.
Parafraseando
Renato Russo, “mentir
pra si mesmo é sempre a pior mentira”,
e como a gente esconde nossos defeitos, não é mesmo? Pior que
esconder os defeitos debaixo do tapete da nossa arrogância é
acreditar que ninguém mais os enxerga. A gente só exterioriza
aquilo que tem por dentro.
Admitir
a necessidade de ajuda seria como assumir publicamente nossas falhas,
fraquezas, preconceitos e sentimentos que até então acreditávamos
ser os únicos conhecedores, o reflexo do nosso espelho inferior pode
ser bem mais distorcido que aquele que encaramos quando nos sentimos
feios, aí é só arrumar a aparência e tá tudo certo!
A
fuga, aparentemente, é sempre mais fácil. A negação, a válvula
de escape, a necessidade de provar ao mundo que todos estão errados
e que esse é o jeito certo de seguir a MINHA VIDA, se torna cada vez
mais gritante, a ponto do outro negar ajuda quando percebermos que
realmente estamos necessitando.
Ouvir
quem te ama, só não é mais fácil do que perdê-los. E depois que
perdemos quem realmente nos ama, o próximo passo pode ser o
último.... perder a si próprio.
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