quinta-feira, 4 de abril de 2019

SOS...





     Eu já quebrei a cara tantas vezes, muitas vezes, e a cada vez que isso acontecia aparecia alguém com julgamentos disfarçados de ajuda. Na maioria das vezes, o interesse não era a oferta de ajuda, mas me mostrar agir da mesma forma que eles, do jeito deles ou de acordo com o ponto de vista do qual cada um achava melhor para si, a ponto de que o outro fizesse o mesmo. A grande maioria não se preocupava em saber o quanto eu estava bem, ou não, ninguém me perguntava, queriam que eu me tornasse mais um deles.

    Quando surgiam as poucas exceções dispostas a nos ajudar (de verdade), eu (me)sabotava, expulsando com minha prepotência disfarçada de autocontrole sobre a minha própria vida.

       Parafraseando Renato Russo, “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”, e como a gente esconde nossos defeitos, não é mesmo? Pior que esconder os defeitos debaixo do tapete da nossa arrogância é acreditar que ninguém mais os enxerga. A gente só exterioriza aquilo que tem por dentro.

     Admitir a necessidade de ajuda seria como assumir publicamente nossas falhas, fraquezas, preconceitos e sentimentos que até então acreditávamos ser os únicos conhecedores, o reflexo do nosso espelho inferior pode ser bem mais distorcido que aquele que encaramos quando nos sentimos feios, aí é só arrumar a aparência e tá tudo certo!

    A fuga, aparentemente, é sempre mais fácil. A negação, a válvula de escape, a necessidade de provar ao mundo que todos estão errados e que esse é o jeito certo de seguir a MINHA VIDA, se torna cada vez mais gritante, a ponto do outro negar ajuda quando percebermos que realmente estamos necessitando.

     Ouvir quem te ama, só não é mais fácil do que perdê-los. E depois que perdemos quem realmente nos ama, o próximo passo pode ser o último.... perder a si próprio.


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