terça-feira, 24 de abril de 2018

Tic, tac, tic, tac...



Então eu fiquei triste, e fui contar pra ele.
E ele não entendeu.
Mais triste ainda fui contar pra ela. Que também não entendeu.
E então eu fiquei quieto. E eles também não entenderam.
Então eu questionei. E ele ficou com raiva.
Então eu decidi ficar quieto até que apareça alguém que ouça, embora saiba que não, não vai aparecer.
Os gritos são ensurdecedores.  Mas apenas eu consigo ouvi-los.
Porque eles ecoam apenas para dentro.
Tentar coloca-los para fora seria como gritar no meio de uma multidão se surdos, onde por mais que eu tente falar, ninguém consegue me ouvir.
A voz não funciona.
Os gestos são imperceptíveis.
Qualquer forma de tentar chamar a atenção para o que sinto, já não funciona.
Contar apenas comigo já não dá mais, mas ainda é mais suportável do que as pedradas lançadas em formas de repressão, censura, indiferença ou julgamentos.
Conselhos. Sugestões. Regras.
Existem várias formas de suicídio, talvez fechar-se dentro de si possa ser a mais lenta delas.
Ser invisível não tem graça alguma!




3 comentários:

  1. Tic, tac, tic, tac...

    Seria por acaso o som da bomba relógio prestes a explodir?

    ResponderExcluir
  2. Caramba, Anderson, que triste

    ResponderExcluir
  3. Irônico né?
    Você sendo seguido, admirado ou apenas por tanta gente, e quando sente necessidade de ser ouvido, não há ninguém que "apenas" ouça.

    É triste

    Se precisar de alguém para conversar, pode me procurar, ok?

    ResponderExcluir

Mentira...

       Tem gente que mente.  Tem gente cuja vida é tão mentirosa, que não consegue mais lidar com a verdade.        A gente  mente po...