Após algum tempo de namoro, você começa a desconfiar que está
sendo traído. Após algum tempo você passa a observar que o outro,
a todo tempo, te dá indicios de que não se trata de uma “simples”
traição, mas de um envolvimento afetivo. São palavras, gestos,
silêncios...
As mensagens subliminares são tão claras que, mesmo sem querer (ou
subestimando a sua inteligência), você percebe (afinal de contas
anos de convivio também servem para que você conheça seu
companheiro mais do que ninguém) que realmente tinha razão com
relação às desconfianças. Começam as mentiras, as indiferenças,
a falta de interesse, e de repente o terceiro elemento passa a
conviver na sua relação. Durante o jantar, nas viagens, na sua
própria cama.
E quando você pergunta, está tudo bem, ou é coisa da sua cabeça.
Sexo, carinho, afeto passam a ser cada vez mais raros, a presença
(não a física) é cada vez mais ausente.
E aquele trato de que se algum dia aparecesse alguém conversaríamos
a respeito?
É quando se percebe que o tal envolvimento é destrutivo, mais para
o outro do que para você!
O que fazer nessa hora? Gritar bem-feito? Tripudiar? Rir?
Espere um pouco, como é que se ri ou se tem prazer em ver o
sofrimento daquele que até ontem diziamos que amávamos? vai me dizer que o amor passou da noite para o dia?
De repente você percebe que o outro, mesmo que em silêncio,
implora por ajuda. Está perdido, quer que você de alguma forma o
ajude.
É uma mistura de sentimentos culpa por ter traído quem o ama,
raiva por ter sido usado por alguém, sentir-se obrigado em ter que
escolher entre a razão e a emoção (ou amor e tesão), entre o
certo e o duvidoso.
Durante esta semana essa situação me veio à mente após algumas situações. Uma amiga e eu discutimos por horas sobre confiança nos
relacionamentos, um leitor do blog me sugeriu uma postagem com o tema
traição x confiança, e na novela A Regra do jogo, o
assunto também foi abordado.
Mas voltando ao assunto, quando se percebe que o outro tem alguém
fora da relação, talvez a melhor atitude (inicialmente) seja dar a ele todas as
chances de contar a verdade. Mas é claro que isso não acontece.
Então você pensa que pode ser algo passageiro, ao qual não mereça
muita importância. Errado
A partir daí surgem algumas opções:
1 – Dar o troco na mesma moeda;
2 – Terminar;
3 – Gritar bem-feito;
4 – Perdoar
Escolheria a ultima opção. Pelo simples fato de me colocar no
lugar dele. Além do que se escolhesse as opções 1 ou 3, seria tão FDP quanto.
Se fosse para ele ser feliz com outra pessoa, tudo bem. Me serviria
de consolo.
Mas ao ver tanto sofrimento, percebo que talvez essa seria a única forma de aprendizado. Talvez venha a vontade de gritar : Meu, sai fora, você não percebe que não dará certo, parta para outra. Você não é vítima, sabia onde estava se metendo, o tempo todo estava consciente dos riscos que corria.
Ou talvez em chegar até a terceira pessoa e falar: fique com ele ou vá embora de vez, mas para de brincar com ele. Nada disso adiantaria.
Mas ao ver tanto sofrimento, percebo que talvez essa seria a única forma de aprendizado. Talvez venha a vontade de gritar : Meu, sai fora, você não percebe que não dará certo, parta para outra. Você não é vítima, sabia onde estava se metendo, o tempo todo estava consciente dos riscos que corria.
Ou talvez em chegar até a terceira pessoa e falar: fique com ele ou vá embora de vez, mas para de brincar com ele. Nada disso adiantaria.
Aí você termina. Termina na esperança de que o outro se sinta menos
culpado e que isso o faça se sentir melhor.
Trouxa?
Idiota?
Santinho?
Diferentona?
Espiritualmente elevado?
Não, nenhuma coisa nem outra. Basta apenas se colocar no lugar do
outro. Todos corremos o risco de após um longo periodo de
relacionamento nos encantarmos por outro que nos ofereça algo além
daquilo que estamos acostumados diariamente.
Nossa vaidade nos empurra a qualquer um que enalteça nosso corpo,
nossa inteligencia, nosso jeito de ser, e infelizmente não temos
como saber quais são as intenções por tras de tantos elogios e
galanteios.
Sempre esperamos mais, a comparação é inevitavel. Vem aquela
sensação de que a relação está desgastada, que já caiu na
rotina, ou que o amor passou, não é mais aquele do começo (mas é
logico!!!)
Um amigo muito querido me disse certa vez que, quando namoramos a
algum tempo, qualquer paquera se transforma no grande amor da nossa
vida. Se não deu certo com esse, pode ser que dê certo com o
próximo, só depende do outro não ter aprendido nada e insistir na
busca de outros que alimentem a sua vaidade.
Mas e a confiança? Como voltar a confiar em alguém que dizia
estar em casa e você saber que estava com outro? Não tem receita
do bolo. Uma vez que se perdoa (de verdade) o passado fica para
trás, se ainda rola desconfiança o perdão não foi sincero e é
melhor se afastar, não conviver, pois no primeiro toque do whatsapp
a desconfiança pode vir à tona, trazendo toda a situação vivida
anteriormente.
Confiar não é algo cego, é algo raciocinado, é acreditar que o
outro aprendeu com a situação e que fará o possível para que a
mesma não ocorra, e caso venha a acontecer novamente, o
comportamento será outro, afinal acho dificil alguém querer passar
por uma situação dolorosa mais que uma vez.
Temos que deixar de acreditar que as relações humanas são todas
baseadas em histórias de principes encantados. Se não derem certo
que ao menos ambos aprendam com a situação, afinal , como dizem os
budistas, a única forma de aprendizagem é através do sofrimento, e
se ainda assim, após a lição, continuar sofrendo é porque não
aprendeu nada, e a lição será repetida até que o aprendizado
tenha êxito.
E lembre-se, nada garante que amanhã ou depois eu também possa
passar pela mesma situação que o outro.... E não se esqueça,
também pode acontecer com você que durante a leitura me chamou de
idiota.....
E se você acha que pelo fato de estar solteiro está imune a esse
tipo de situação, sinto muito, amigos também traem, e se você os
ama de verdade o quanto diz, também vai perdoar....
Obrigado por atender meu pedido, Anderson. Muito bom o texto. Bravo!!!
ResponderExcluirVocê disse que entenderia a situação por se colocar no lugar do outro. Mas é se fosse o contrário? O outro agiria da mesma forma que você, ou seria mais um a te apontar o dedo?
ResponderExcluirSó acho que se traiu uma vez, irá trair sempre. Ainda mais quando se perdoa a traição.
ResponderExcluirConcordo com você Anderson, amar não é você permitir que o outro apronte com você sempre que tiver oportunidade, o nome disso é burrice. Amar significa dar a chance de o outro reconhecer o erro e fazer possível para não cometê-lo novamente. Adorei o seu ponto de vista. Parabéns!!!!
ResponderExcluirNão tem essa de perdão. Pagaria na mesma moeda, e ainda faria questão de o ver sofrendo o mesmo que eu.
ResponderExcluirNão sei qual dos dois é mais sem noção. O que trai alguém que o ama da forma mais pura possível ou o traído, por acreditar que o outro vai mudar.
ResponderExcluirUma coisa é você trair por uma aventura, agora chegar ao ponto de se envolver, tentar enganar, mentir para o outro é não assumir o erro, pra mim é falta de caráter. E caráter infelizmente não se muda. Pode se arrepender no início, mas na primeira oportunidade vai trair de novo.
ResponderExcluirDeixe me ver se entendi, quer dizer que se a aventura do outro não fosse destrutiva eles estariam juntos? Mas como não deu certo ele ficou com você? Não sei se conseguiria ficar com alguém que só está comigo porque o outro não quis!!!!
ResponderExcluirAh tá. Estou me sentindo numa igreja, pois pelo jeito aqui só tem Santo, né? Bora parar de hipocrisia né gente. Todo mundo pode cometer erros. E não repeti los novamente!!!!
ResponderExcluirAnderson, rapaz... Na boa? Se você estiver namorando que bom pra quem está com você.
ResponderExcluirAgora se estiver solteiro... Já tem um candidato aqui. rs
Só não esqueça de postar um novo texto quando ele te trair pela segunda vez!!!
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