Eis que vinham duas amigas tentando consolar uma terceira que estava
em prantos após descobrir que pela terceira (ou quarta ou quinta)
vez, foi traída pelo namorado.
- Se eu fosse você pagava na mesma moeda, chifre trocado não dói! Disse a primeira.
- Nãoooo, que horror, não se iguale a ele. Termine e arrume outro melhor. Nada como um amor para curar outro! Sugeriu a segunda
- Tá, então não precisa trair, arrume um cara bem gato para provocar ciúmes! Retrucou a primeira.
- Ele deve ter me traído por que nosso namoro caiu na rotina! Tentava justificar a dona do chifre.
Gente, na boa? Eita mania de sempre tentar encontrar justificativas
externas para matar seus desejos, frustrações e afins. Tá na hora
de começar a assumir suas responsabilidades, né?
A solução para rotina num relacionamento? Outra pessoa!!!
Provocar ciúmes? Outra pessoa!!!
Pagar uma traição na mesma moeda ? Outra pessoa!!!
Esquecer um grande amor? Outra pessoa!!!
Sempre fui daqueles que procuram de todas as formas evitar a todo
custo qualquer tipo de rotina nos meus relacionamentos, algumas vezes
consegui, outras não. A tal teoria do beijo ajuda muito (
http://edessejeitoquepenso.blogspot.com/2012/07/teoria-do-beijo.html),
mas não basta.
Inicialmente temos que aprender que NUNCA, uma relação terá o
mesmo fogo, a mesma empolgação que no inicio. Óbvio né? No começo
das relações estamos tão empenhados em vender a imagem de que
valemos a pena quanto em conquistar o outro. Após confirmada a
conquista relaxamos, achamos que já está ganho e que não
precisamos mais conquistar o outro. ERRADO. Ou você sai fora (e
geralmente se arrepende depois) ou parte para a conquista diaria( de
outro, ou outros). E prepara-se é um trabalho duro, nem todos estão
dispostos a manter essa conquista diariamente. Preferem (ou acham
mais facil) começar tudo de novo.
Quando a escolha pela segunda opção é decidida por carência
afetiva, vaidade ou fogo no rabo, o resultado pode ser bem mais
perigoso (quem assistiu Atração Fatal, sabe do que estou
falando).
Qualquer pessoa que surja em nosso caminho nessas situações acabam
por nos mostrar algo novo (e quase sempre perigoso). Oferecem mesmo
que tivemos no começo das nossas relações (o frio na barriga, a
boca seca, coração acelerado ao toque do telefone) mas que deixamos
de alimentar, o irônico é que se alimentassemos diariamente essas
relações, não sentiríamos falta de procurar fora, ou seja, não
foi a relação que esfriou, fomos nós. Sim, você que não
percebeu, ou se percebeu achou bem mais facil procurar alguém fora,
do que enfrentar a situação com alguém que você supostamente ama
ou confia.
Quando a rotina aparece A SOLUÇÃO NÃO É OUTRA PESSOA, é você
acabar com sua covardia em assumir o que você quer, ou não!!!
Caso você insista em não assumir que sua relação esteja
desgastada e que precisa imediatemente de uma DR (Sim, elas são
fundamentais), você corre o sério risco de entrar numa carência,
não de alguém que leve a loucura na cama, mas de alguém que te
mande um whatsapp perguntando como foi o seu dia, te olhe nos olhos
sem dizer nada ou te elogie como há anos seu parceiro deixou de
elogiar.
A carência afetiva
(http://edessejeitoquepenso.blogspot.com/2012/06/culpa-e-da-carencia.html),
talvez seja a que mais provoque armadilhas.
E lá vai você procurar fora da relação aquilo que o seu parceiro
nunca lhe deu e que você sempre teve esperança de que, como um
milagre da Virgem de Guadalupe ele passasse a oferecer do nada. Então você encontra alguém que te ofereça o X que falta na sua
relação, enquanto que o seu parceiro atual de oferece o Y, W, Z....
quando der por si você estará tão perdido que ficará sem qualquer
letra do alfabeto.
Ou então, ainda na esperança de que a Virgem de Guadalupe faça o
milagre, você resolve esperar que o outro mude e te dê ou retribua
toda a atenção que você dá, e decide que se o outro sentir ciúmes
talvez ele te valorize um pouco mais, com medo de perder para outro.
Entra em ação aquele(a) amigo(a) lindo(a) que nem você e nem a
grande maioria dos mortais teria chance de se relacionar, mas que no
momento é a pessoa ideal para fazer ciúmes para o seu parceiro ou
matar as inimigas de inveja.
Nesse caso meu amigo, você está sujeito a três situações
1 – Se apaixonar pelo “amigo-lindo-que-só-está-fazendo-um-favor”
e não ser correspondido.
2 – Ficar sem o parceiro atual, que vai terminar com você (nem
sempre por achar que você é capaz de namorar com alguém tão
lindo, mas que pode ter sido capaz de trai-lo),
3 – Ser ridicularizada quando descobrirem que o
“amigo-lindo-que-só-está-fazendo-um-favor”, de que você se
gabava estar interessado em você, na realidade nunca nem segurou sua
mão.
Quando se trata de carência afetiva ou fazer ciúmes, a SOLUÇÃO
NÃO É OUTRA PESSOA, é você melhorar a sua auto-estima que está
mais baixa que os trilhos do metrô
Pagar uma traição na mesma moeda ?
Não sou (nem nunca fui) santo, aliás nem acredito que existam
pessoas com tal comportamento, se alguém se julgar como tal, fuja.
Já traí sim, e embora tal ideia não passe pela minha cabeça
novamente, não seria hipócrita (odeio) a ponto de dizer que jamais
faria isso novamente, acho muito pouco provável que isso aconteça
algum dia, mas “nunca farei isso” é algo que aprendi ser como
uma mensagem subliminar que diz: “se prepare que um dia eu faço...”
Sim, já fiquei com pessoas por carência fisica, afetiva (a pior
delas) ou simplesmente para esquecer o outro (o que fez o efeito
inverso me trazendo ele à mente o tempo todo, me senti sujo).
Quando se trata pagar uma traição na mesma moeda, a SOLUÇÃO NÃO
É OUTRA PESSOA, é você aprender que pagar da mesma forma não vai
te ajudar a superar em nada o chifre tomado, só vai te fazer
exatamente igual ao outro que você tanto reclamou ter te feito de
trouxa.
Esquecer um grande amor?
Não há nada errado em conhecer alguém que te faça bem a ponto de
esquecer (mesmo que momentaneamente) um ex. Aliás, porque
deveríamos esquecer alguém que durante determinado tempo deu tão
certo e nos fez tão bem (às vezes)?
O problema se resume a duas palavras: expectativa e comparação.
Independente do tempo que durou a relação anterior, é necessário
cortarmos o cordão umbilical que nos ligava a ela.
Aprender a seguir sozinho pode muitas vezes ser bem dificil, outras
vezes pode ser um alivio (vamos lembrar que nem todas as relações
são um mar de rosas, mas como toda separação, dói), o tempo de
re-adaptação é fundamental (para uns pode ser de dias, para outros
meses ou anos, cada um tem o seu) , a introspecção é libertadora.
Ao conhecer uma nova pessoa, não há como fugir da comparação
(positiva ou negativa) que o outro nos trás, temos o péssimo hábito
de criar um modelo pré-estabelecido daquilo que vou querer daqui para
a frente. Se o anterior me fez isso, o próximo terá que ser
diferente.
Quando encontramos alguém que aparentemente se encaixa dentro desse
padrão, o beijo é diferente do outro (melhor? Pior? Não sei, mas
não é a mesma coisa), ele dorme do lado direito, o outro só dormia
do esquerdo, etc.
Não né? Se for pra comparar , melhor voltar para o ex!!!
E quando dá certo? Aí tudo são flores. Que bom , ufa, agora vai,
talvez esse seja o cara certo!!!
Não, péra, e se ele não tiver o mesmo interesse que eu, e se ele
só quiser me comer, não quiser casar? e se ele não me deixar ir
pra balada? Não gostar dos meus amigos? Meu ex não era assim,
porque me separei dele? queria tanto voltar, será que ele me quer de
volta?
Pára, que tá feio!!!!
Para esquecer um grande amor, a SOLUÇÃO NÃO É OUTRA PESSOA, é
aprender a amar a si próprio!!!
Outra pessoa nunca será a solução, para nada.....