segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Vivendo e aprendendo a jogar...


     Então eu fiz 42 anos. Não me sinto (e nem sou obrigado a me sentir) com 42 anos. Porquê deveria?         Como deve agir alguém com 42, 10, 60 ou 90 anos? Odeio seguir a massa, ter que me enquadrar dentro de um parâmetro imposto sei lá por quem. As vezes quero (e tenho todo o direito) de me comportar como uma criança, ou um adolescente ou ainda um idoso. Porque eu sou tudo isso.
     Uma amiga muito querida vira e mexe me pergunta quantos anos eu tenho (segundo ela, devido ao meu conhecimento sobre assuntos diversos e à minha sede de conhecimento), outro me disse que tenho uma “alma velha”.
    Aos 22 anos de idade passei por uma EQM (expriencia de quase morte). Num periodo de uma semana foram 6 transfuões de sangue, fraldas, sondas nasogastricas e 8kg perdidos. O medicos disseram que não iria para a cirurgia pois não havia nada a ser feito.  Foi preciso chegar àquela situação pra eu dar tempo ao tempo, passei a observa-lo. De certa forma ele me cobrava, mas eu, sem tempo pra ele, achava que não precisava. Aprendi que existe algo chamado limitação.
     Pensei que não teria mais tempo. Para nada. Não teria tempo de pedir perdão a quem havia magoado (primeiro tive que reconhecer que magoava), não teria tempo de me perdoar, de dizer que amava, de dizer que não gostava, de amar (1, 2, 3 ou mais vezes e cada uma mais intensa que a outra), tive medo de não encontrar aquele alguém que ficaria comigo pelo resto da vida, tive medo de não ser pai (mesmo que “torto”), tive medo de não sofrer, rir, chorar , ficar feliz. Tive medo de não sentir.
    Encarei minha recuperação como uma oportunidade de valorizar (e aceitar) tudo aquilo que tive medo de perder. E a aproveitar TUDO o que acontece como forma de crescimento. Desde então me recuso a perder tempo reclamando do ruim ou me prendendo ao maravilhoso. Aprendi a amar da mesma forma que aprendi a desapegar.   É um exercicio contínuo, onde você começa a filtrar e absorver o que te faz bem e a tirar como aprendizado aquilo que te faz mal. Por falar nisso, também aprendi que o mal pode fazer bem. O único mal que pode me afetar é aquele que faço a mim meso
    Decidi viver cada segundo como se fosse o ultimo, a aproveitar cada momento, cada pessoa, cada sentimento, afinal ainda estou vivendo um bônus. A busca por (auto) conhecimento é constante. A vida é um jogo, já dizia Elis Regina, "nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas.... aprendendo a jogar..."
    O tempo é um só, ele começa quando você nasce e termina quando se morre. O resto é intervalo. Temos a ilusão de vivermos longos anos, sem darmos conta de que é um periodo único. O calendário, a divisão do tempo em anos, meses, horas só tem duas funções: lembrar quando é a hora de descansar e que temos muita coisa a realizar “para ontem”, e que ainda não temos tempo. Essa divisão só serve para nos acelerar ainda mais.
    O tempo virou um dos nossos maiores desafios. Ou corre-se contra ele, ou se deseja que ele passe o mais rápido possível.
    Também serve como desculpa para começar a fazer algo na segunda-feira, mudar de vida no ano seguinte, ou não ver a hora de esse ano acabar logo. Porquê não fazer isso agora, para que ficar empurrando com a barriga, esperando que esse tempo faça o que cabe a você fazer?
    Sem atitude alguma, ou tomar as responsabilidades da sua vida, o ano novo vai mudar apenas na folhinha do calendário. E quando cair por si, lá vem você dizer que o tempo voou e que VOCÊ ainda não fez nada...

Mentira...

       Tem gente que mente.  Tem gente cuja vida é tão mentirosa, que não consegue mais lidar com a verdade.        A gente  mente po...